sexta-feira, 15 de maio de 2015

TERRES INCONNUES

Par: Scribe Valdemir Mota de Menezes

Terres inconnues


aux frontières de la folie
le cerveau déploie ses facultés
tatouages étranges
âme daltonienne
ironie du présent
fable inquiétante
Je regarde le monde avec les yeux d’un séraphin
les couleurs se mélangent
se blessent
Je régurgite la douleur
de mes aïeux
J’erre parmi les autres
en sursis
une fine pluie dorée
tombe sur mes rêves
je suis le gouffre du monde
sans fin
Sybille Rembard

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

ILÍADA DE HOMERO

Leia atentamente duas vezes o texto abaixo (primeiro leia silenciosamente e depois em voz alta, procurando reproduzir o ritmo):


“Canta-me a Cólera – ó deusa! – funesta de Aquiles Pelida,

causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos sem conta

e de baixarem para o Hades as almas de heróis numerosos

e escalrecidos, ficando eles próprios aos cães atirados

e como pasto das aves. Cumpriu-se de Zeus o desígnio

desde o princípio em que os dois, em discórdia, ficaram cindidos,

o de Atreu filhos, senhor de guerreiros, e Aquiles divino.

Qual, dentre os deuses eternos, foi causa de que eles brigassem?

O que de Zeus e de Leto nasceu, que, com o rei agastado,

peste lançou destruidora no exército.[...]”

Este é o início da Ilíada, na tradução de Carlos Alberto Nunes . Trata-se de um poema épico que na Grécia arcaica era recitado em lugares públicos pelos aedos e pelos rapsodos. Segundo o historiador inglês M. I. Finley, a Ilíada e a Odisséia representam o ponto culminante de uma longa tradição de poesia oral. Você pode verificar, lendo em voz alta, o ritmo e a melodia das frases que são elementos muito importantes na recitação oral.

Os “aedos” eram bardos que se deslocavam pela Grécia cantando o poema ao som da cítara para platéias formadas por homens nobres. Os “rapsodos” apareceram mais tarde, no século VI a.C., e recitavam oralmente, sem música, os poemas em ocasiões festivas ou celebrações oficiais.

Os dois poemas épicos constituíram uma cultura oral que tornou-se a base da educação dos jovens gregos.

O erudito alemão Werner Jaeger considera Homero o “educador da Grécia”, na medida em que a poesia e o mito funcionavam, na Grécia antiga, como modelo ético e guia de conduta para o homem livre.

Homero viveu no século VIII a.C., momento em que aconteceram transformações fundamentais na história grega:

HOMERO. Ilíada (Trad. Carlos Alberto Nunes). São Paulo, Ediouro, 1998, pág. 57- 8.


• A realização da primeira Olimpíada em 776 a.C., que foi escolhida como marco para a fixação do calendário grego;

• A introdução do alfabeto grego, derivado do fenício, que servia para representar as diversas variedades e dialetos do grego;

• O surgimento do oráculo de Delfos, dedicado ao deus Apolo e fundamental na religião grega (os textos chamam o oráculo de “Ônphalos”, que em grego significa umbigo, querendo dizer que Delfos seria o umbigo do mundo, seu ponto central):

• O aparecimento da pólis, a cidade-estado independente, que constituía uma estrutura política, econômica e social fundamental para o homem grego.

A época homérica (séculos VIII-VI a.C.) foi marcada por violentas lutas sociais opondo, de um lado, as comunidades aldeãs e os artesãos urbanos e, de outro, a aristocracia guerreira com seus privilégios hereditários. A monarquia micênica soube como se utilizar dos dois para controlar as atividades econômicas, realizar obras públicas como a construção dos palácios e promover empresas de conquista e colonização em regiões longínquas. Com a queda do sistema palaciano esse equilíbrio se rompeu e as tensões sociais afloraram. Era preciso encontrar um novo equilíbrio, que desse a cada um, uma função na sociedade. Esse equilíbrio foi encontrado, como veremos mais à frente, através da estrutura política da pólis, na qual todo homem livre é cidadão e pode participar do governo.

Como você pode ver Homero era considerado o educador da Grécia ele era visto como modelo ético e servia como guia de conduta para o homem livre. Na era Homérica houveram muitas transformações, também foi uma época marcada por violentas lutas sociais.   FONTE: Universidade Metropolitana de Santos

terça-feira, 5 de junho de 2012

FERNANDO PESSOA


Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu.
Mas nele é que espelhou o céu.”
(PESSOA, Fernando. Mar Português. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1960).


domingo, 25 de dezembro de 2011

PETRARCA


Francesco Petrarca

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Francesco Petrarca
Nome completo Francesco Petrarca
Nascimento 20 de Julho de 1304
Arezzo
 Itália
Morte 19 de julho de 1374 (69 anos)
Nacionalidade italiana
Ocupação poeta
Magnum opus Canzoniere
Francesco Petrarca (Arezzo, 20 de julho de 1304Arquà, 19 de julho de 1374) foi um importante intelectual, poeta e humanista italiano, famoso, principalmente, devido ao seu Romanceiro. É considerado o inventor do soneto, tipo de poema composto de 14 versos. Foi baseado no trabalho de Petrarca (e também de Dante e Boccaccio) que Pietro Bembo, no século XVI, criou o modelo para o italiano moderno, mais tarde adotado pela Accademia della Crusca.


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Petrarca conheceu a aristocrata Laura de Novaes e amou pelo resto da vida e a ela dedicou grande parte dos poemas do seu Canzoniere:
Vós que ouvistes em rimas esparsas o sonho,
Nos meus juvenis e suspirosos dias,
Com que eu nutria outrora o coração
Quando aquele que eu fui tinha alguma ilusão;
Se conheceis do amor a reflexão
Entre fugidias esperanças e o pranto em vão,
Piedade espero achar, mais que perdão,
Para as dores das minhas fantasias.


³ PETRARCA, Soneto 1. Disponível em: http://www.estacio.br/rededeletras/numero8/
parlaquetefabene/petrarca_sonetos.asp. Acessado em 31/08/2007

quarta-feira, 1 de junho de 2011

CARTA A ESTALINGRADO

 Esta poesia de Carlos Drummond de Andrade é uma exaltação a resistência dos russos a invasão dos alemães na cidade de Stalingrado. Esta batalha que ocorreu na Segunda Guerra Mundial foi considerada uma das mais sangrentas da história da humanidade. Fala-se que morreram cerca de 2 milhões de pessoas nesta batalha, dando início ao declínio do nazismo. (Por escriba Valdemir Mota de Menezes)


Carta a Stalingrado

Carlos Drummond de Andrade
De A rosa do povo



Depois de Madri e de Londres, ainda há grandes cidades!
O mundo não acabou, pois que entre as ruínas
outros homens surgem, a face negra de pó e de pólvora,
e o hálito selvagem da liberdade
dilata os seus peitos, Stalingrado,
seus peitos que estalam e caem,
enquanto outros, vingadores, se elevam.

A poesia fugiu dos livros, agora está nos jornais.
Os telegramas de Moscou repetem Homero.
Mas Homero é velho. Os telegramas cantam um mundo novo
que nós, na escuridão, ignorávamos.
Fomos encontrá-lo em ti, cidade destruída,
na paz de tuas ruas mortas mas não conformadas,
no teu arquejo de vida mais forte que o estouro das bombas,
na tua fria vontade de resistir.

Saber que resistes.
Que enquanto dormimos, comemos e trabalhamos, resistes.
Que quando abrimos o jornal pela manhã teu nome (em ouro
oculto) estará firme no alto da página.
Terá custado milhares de homens, tanques e aviões, mas valeu
a pena.
Saber que vigias, Stalingrado,
sobre nossas cabeças, nossas prevenções e nossos confusos
pensamentos distantes
dá um enorme alento à alma desesperada
e ao coração que duvida.

Stalingrado, miserável monte de escombros, entretanto
resplandecente!
As belas cidades do mundo contemplam-te em pasmo e silêncio.
Débeis em face do teu pavoroso poder,
mesquinhas no seu esplendor de mármores salvos e rios não
profanados,
as pobres e prudentes cidades, outrora gloriosas, entregues
sem luta,
aprendem contigo o gesto de fogo.
Também elas podem esperar.

Stalingrado, quantas esperanças!
Que flores, que cristais e músicas o teu nome nos derrama!
Que felicidade brota de tuas casas!
De umas apenas resta a escada cheia de corpos;
de outras o cano de gás, a torneira, uma bacia de criança.
Não há mais livros para ler nem teatros funcionando nem
trabalho nas fábricas,
todos morreram, estropiaram-se, os últimos defendem pedaços
negros de parede,
mas a vida em ti é prodigiosa e pulula como insetos ao sol,
ó minha louca Stalingrado!

A tamanha distância procuro, indago, cheiro destroços
sangrentos,
apalpo as formas desmanteladas de teu corpo,
caminho solitariamente em tuas ruas onde há mãos soltas e relógios partidos,
sinto-te como uma criatura humana, e que és tu, Stalingrado, senão isto?
Uma criatura que não quer morrer e combate,
contra o céu, a água, o metal, a criatura combate,
contra milhões de braços e engenhos mecânicos a criatura combate,
contra o frio, a fome, a noite, contra a morte a criatura
combate,
e vence.

As cidades podem vencer, Stalingrado!
Penso na vitória das cidades, que por enquanto é apenas uma
fumaça subindo do Volga.
Penso no colar de cidades, que se amarão e se defenderão
contra tudo.
Em teu chão calcinado onde apodrecem cadáveres,
a grande Cidade de amanhã erguerá a sua Ordem.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MINHA BEATRIZ

Sem nenhuma veia poética, fui obrigado a criar alguns versos sobre "BEATRIZ" em um trabalho da Faculdade de História, durma com este barulho....

Mas se os versos não tem rima nem compasso, não importa
Minha mãe e minhas filhas eu lembrei e é o que importa



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Fico me perguntado se fiz bem em trazé-la ao mundo

Um mundo de violência, sujeira e ódio

Mas de ódio é que você não é oriundo.




Gostaria menina de ser senhor do destino

e pudesse determinar todos seus passos

Mas o risco só não corre quem é cretino



O medo nos faz recuar

A coragem nos faz marchar

A fé nos faz acreditar



Em tormentas de incertezas

Por um triz

Quase não tive Beatriz.

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Através dela eu cheguei a luz

Seu rosto foi o primeiro que vi

Minha vida foi reproduzir

Tudo o que dela aprendi

Na infancia me criou

Hoje, homem, sou seu aprendiz

À Maria de Lourdes, minha "Beatriz"

terça-feira, 1 de junho de 2010

POESIA GREGA MODERNA

Patrícia Rizzo interpreta poesia grega - 06/11/2009 21h58




A poesia grega faz parte da história da humanidade. A produção atual não é tão conhecida como a da Antiguidade, de Horácio, Píndaro, Safo, Virgílio e outros. Mas essa poesia considerada moderna já ganhou o Nobel por duas vezes. O poeta Álvaro Alves de Faria comenta.